domingo, 25 de julho de 2010

As Palavras

Eram as palavras que ela queria ouvir. E quando elas vieram, ela fez sentido de cada uma em sua cabeça, e seu significado aumentou. Saboreou cada uma delas e se prendeu à principal.

Ela queria dizer tanto. Procurou muitas palavras, mas nenhuma parecia transmitir o que queria dizer sem ter que dizer as palavras em si. Engoliu muitas frases e por alguns minutos pensou que não ia conseguir dizer nada. E, no entanto, queria dizer muito.

Talvez o silêncio ou, ainda, o olhar dela fez com que ele perguntasse se havia algo de errado com o que tinha dito. Claro que não. Estava tudo tão certo que ela não encontrava as palavras tão certas quanto o momento. Logo ela, que tinha tanta intimidade com palavras.

Então, ela afirmou aquilo que se passava em sua cabeça. Disse que era ótimo. Que assim, ela não seria a única. E sorriu. Sorriu por conseguir dizer alguma coisa. Mas algo ainda faltava. Contornou o rosto dele com os olhos. Foi quando tomou plena consciência do que sentia.
Mesmo sabendo que as palavras não seriam suficientes, ela as retribuiu, e, quem sabe, elas transmitiriam o que sentia.

Quase sussurrando, ela sorriu e disse.

‘Eu também estou apaixonada por você’

3 comentários:

  1. Às vezes, palavras são só palavras. E às vezes, elas trazem consigo diversos significados. E ainda, em outras vezes, carregam muito mais do que os significados diversos que elas denotam. Expor os sentimentos é tão difícil, uma vez que diversas formas de cultura tentam materializar algo que é abstrato e singular pra cada um. "Amor", "paixão", "saudade", "ódio" são apenas palavras. Mas carregam com elas todo tipo de contexto já usado para homenageá-las. Chama que arde sem se ver, e eterna enquanto dura, palavras são difíceis de escolher.

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  2. Parabens, escreve muito bem!!

    Depois de ler essa parada, fiquei pensando no que é mais gostoso. Falar ou ouvir esse tipo de coisa!!
    Beijos

    daquideupraver.blogspot.com

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