domingo, 28 de fevereiro de 2010

A verdade

"Na verdade sabemos dizer mentiras que parecem verdades, mas também sabemos, se o quisermos, revelar a verdade"
Hesíodo

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O que nos define

-Oi, meu nome é Cláudia. Eu trabalho no circo.

Pobre Cláudia. Depois disso, há pouco que ela possa fazer para melhorar sua imagem.

Cláudia é estudiosa. Conhece muito sobre cinema e é uma excelente cozinheira. É mãe carinhosa e dedica parte do seu tempo ao trabalho voluntário. E, claro, Cláudia trabalha no circo.

Cláudia, Irene, Jõao, Ana... são pessoas.

Quem os define?
Eu, você, ele.
E quem está certo?

Será que um advogado tem mais mérito que Cláudia?
Ou ainda, será que a faculdade que Carlos cursou o faz melhor que Maria, que cursou uma outra escola?

O que é que nos define?
É o que fazemos? O que dizemos?

Não diga: o que somos.
Afinal, o que somos?

Uma leitura inicial de cada um pode acarretar no preenchemento das lacunas restantes. Preenchimento, esse, incorreto. Como completar o perfil de alguém baseado em 2 informações?

Cláudia tem o grande mérito de conquistar as pessoas. Mas, e quando você é analisado pelo papel e não pessoalmente? Como conquistar como um perfil como o dela?

Termino com mais perguntas que respostas.

Porém, com um convite: não preencher as lacunas antes de conhecê-las.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Nossas vidas

E o que faz as nossas vidas serem certas ou erradas?
E se os caminhos escolhidos não levam a lugar algum?
E se tudo o que basta são alguns segundos de alegria de tempos em tempos?
E aquela pessoa que parecia tudo para você e ,agora, nada mais é?
E o perfume da casa da sua avó que parecia solucionar qualquer entrave?
E a música que fazia você chorar?
E os sonhos que você tinha e não tem mais?
E aquele vestido guardado, ainda planeja usar?
E ,um dia, a sua cor favorita foi rosa?
E lembra quando o mundo não parecia girar?

E todo o resto?

E o que mais perguntar?

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A certeza

A gente passa o dia se perguntando. Duvidando.
O que eu aprendi esse ano é incrivelmente valioso. Pelo menos para mim.
Duvide menos, faça mais.

Tenha medo, mas tenha coragem de enfrentá-lo.
Tenha força, e use-a com cautela.
Tenha sonhos, e a certeza de que tentou.

São essa três palavras, medo, força e sonho que me impulsionaram para tentar, mais uma vez, e outra, se fosse preciso.
Cercada dessas certezas, coisas maravilhosas aconteceram.

Primeiro, pessoas fantásticas cruzam seu caminho, e compartilham com você tudo aquilo que você imaginava passar sozinho.
Segundo, você aprende que o mundo não foi feito em 7 dias, mas em milhares. Aprende a dar um passo de cada vez.
E terceiro, percebe que você é capaz de tudo aquilo o que queria, mas talvez a vida o levasse para outros cantos, inimagináveis, mas ainda excelentes.

E ficou a certeza. Aquele sentimento de que hoje o dia pode ser delicioso, e que na noite de ontem, se choveu, foi bom, você cresceu.
Entre palavras
E afagos
Completamente
Perdi-me

Ensaiava de saia
Vestida à dança
Um ritmo novo
Desconhecido

Pedi sua mão
À afável melodia
Aceitou o convite
E, então, se fez
Mais do que um amigo

Um pouco de realidade em excesso

Já me desculpo pela antítese no título. (sim, talvez nomeie todas as figuras de linguagem: eu me dou esse aval)O fato é que acabei de assistir "O casamento de Rachel". Trágico, complexo e bonito são apenas alguns dos adjetivos que consigo pensar no momento. E ,claro, muito real.Como uma amiga minha diz "Para ver realidade, eu fico em casa". Concordo muitas vezes. Mas não nesse caso.
Dessa vez, meus R$9,00 me proporcionaram mais que realidade, me proporcionaram um conforto de que estamos todos no mesmo barco, ou nesse caso, numa mesma casa, tentando conviver com nossos amigos, familiares, e o pior de tudo, com nós mesmos.A minha feliz supresa foi perceber que os diálogos do filme em muito se assemelham aos da minha família (minha segunda feliz supresa foi a fantástica performance da ex-princesa, Anne Hathaway). A sensação de que as palavras não eram ensaiadas, a falta de frases de efeito (porque, aceitemos que na vida real são pouquíssimas as frases de efeito cinematográfico), mas nem por isso menos emocionantes, deram uma nova dimenção ao filme.
Acredito que a intimidade entre parentes próximos é, ao mesmo tempo, o que salva e o que destrói. Salva porque eles são nossa fortaleza e destrói porque eles são um dos poucos com quem somos autênticos, para o bem e para o mal.
Talvez, porém pouco provável, só a minha casa seja disfuncional e eu esteja jogando palavras na tela. Só posso dizer por mim mesma, mas penso que o que nos aproxima, nos afasta. (novamente, uma antítese)Fecho essa viagem recomendando o filme àqueles que vivem no planeta terra e possuem mínima sensibilidade.

Nada supera

E me pergunto o que nesse mundo pode me fazer sentir tão leve, completa e feliz como quando se recebe aquele esperado "sim", seja por atos, ouvido, ou até escrito, daquele que por tantas noites sumiu com seu sono, e se dormia, invadia seus sonhos, e que roubou sua atenção por infinitas horas de todos os dias e foi assíduo a casa fantasia.
Me pergunto e nada respondo. Isso me faz sorrir.

Quando eramos menores

Talvez, mas apenas, talvez, a vida fosse mais fácil quando eramos pequenos. Longe de ser saudosista, reflito.
Minha sobrinha, com seus sete anos, está experenciando sua primeira paixãozite. Durante suas férias, a baixinha me contou tudo sobre o tal Tiago Lopez. (Adoro como ela sempre usa o nome inteiro dele! É tão glamuroso!) Mas o fato é que ela sempre narrava com muito entusiasmo suas perseguições atrás menino durante o intervalo.
Pausa.
Eu sou a única que acha esse detalhe fantástico? Afinal, ela está, literalmente, correndo atrás do menino. (Aliás, segundo a pequena, suas amigas também correm atrás dele.) E melhor, ela está feliz!
Quando foi que colocaram nas nossas cabecinhas a serem moldadas que as meninas têm que esperar pelos meninos sentadinhas para não sujar o vestido?
Bom, a história segue com o evento de hoje. Fui buscá-la na escola e perguntei como estava o tal Tiago Lopez. Ela respondeu que ele estava "lindo".
Então, eu perguntei, casualmente, se ela havia corrido atrás dele no intervalo. Ela respondeu que "não".
Fiquei ligeiramente espantada, até que ela completou "Corri atrás dele na educação física mesmo".
Brilhante!

Pois é, talvez, mas só talvez, devêssemos correr mais.

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Voltei. E não sei o porquê.