terça-feira, 11 de maio de 2010

Amanhã

Nosso carro

Aquele mesmo

Que não anda sob rodas

Mas que desliza sobre os trilhos

Sabe, eu gosto da sua cor

Cor que eu não lembro agora

Também gosto quando nosso carro fica ao léu

Mesmo que eu não perceba o céu

O que me lembro é da sua mão

Segurando a minha, lembra?

Esqueci o que me disse sobre os pássaros

Foi logo depois que recitou meu poema

É, nosso carro

Tantos encontros

Em tantos mais meses

Muitos corações remendados

E mais sorrisos ainda

O carro é nosso

Engraçado,

Eu sempre volto com um banco vago

Segurando a bolsa e as memórias

Não podem cair

Podem se perder

Então, amanhã, segura para mim?

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