segunda-feira, 22 de março de 2010

Os vivos-mortos

Tem aquela noite que você sonha com aquela pessoa. Aquela lá que você achou que tinha esquecido. Aquela que você pensava sentir-se indiferente. Essa mesmo.
Você sonhou com ela. E, convenhamos, não precisamos de Freud para nos dizer: "Essa pessoa ainda vive em você".
É a reunião dos vivos-mortos (não mortos-vivos, já que essas pessoas vivem no mundo, mas apenas pareciam ter morrido para você, entende?).
Durante a reunião não há problema algum. É raro, enquanto o sonho acontece, perceber o quão estranho ele é.
Então você acorda.
E acorda com aquela sensação estranha. (Essa mesmo!)
Pensando: "Ã? Que estranho...."
No entanto, o estranho apenas começou, porque a partir daquela manhã você ressuscitará o morto que viverá em sua cabeça por sabe lá quanto tempo.
E o vivo-morto traz com ele toda uma bagagem de emoções, fatos, sentimentos que você achou que tinha enterrado com ele.
Ás vezes, esse ser deixa de ser morto para ser vivo novamente para você. Afinal, você sentiu falta dele.
Outras vezes, esse morto apenas o perturba. E, definitivamente, você não o quer vivo em sua vida.
Independentemente, o vivo-morto tráz um pouco de nós mesmos.
E esse pouco faz diferença.
Se formos sábios, acolheremos esse pouco e o usaremos para o bem. Se formos impacientes, ele será reprimido e você pensará estar bem.

Mas, lembre-se, o que não enterramos direito, sempre reaparece.

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